RÔMULO, REMO E ROMA

A história da Roma Antiga é instigante pelo surgimento desta cultura e dos avanços aprimorados por esta nova forma de civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Herdamos uma série de características culturais dos romanos. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental além de ser referência nos meios legais, assim como o latim que deu origem a várias outras línguas como a portuguesa, francesa, italiana e espanhola.
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, o usurpador Amulius (este usurpou o trono de Alba Longa do seu irmão Numitor), após ter feito isto, obrigou Réia Sílvia, filha de Numitor, a converter-se em virgem Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vestiu) para que não gerasse prole do antigo rei, entretanto esta se uniu ao deus Marte e concebeu filhos gêmeos, segundo Tito Lívio deixa claro que esta paternidade seria para engrandecer e divinizar seus filhos ou para criar uma atribuição pela duvidosa paternidade.
Mesmo assim, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália, por ordens do rei Amulius. Pela força lendária ou não, eles flutuaram no rio sem que se afogassem. A outra parte desta lenda consiste em quem resgatou os meninos gêmeos. Registros de que foram resgatados por uma loba (animal sagrado para os romanos), que desviara do seu curso para matar sua sede no rio, os achou e os amamentou, há uma versão que Laurentia era prostituta (lupa - loba, na gíria latina), e que os achou e os amamentou. Este foi o fundamento do dito milagroso - Fáustulo, um pastor do rei com sua mulher que havia presenciado a amamentação da Loba aos gêmeos criaram e educaram robustos e com alma intrépida. Quando adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

Pode-se distinguir um importante aspecto dessa lenda: em contrastes com as crenças romanas, em analogia com a tradição os etruscos acreditavam numa forma de revelação, mas com aspectos predominantemente humanos, mais alguma distinta característica do pai. No mito de Rômulo e Remo existem duas divindades envolvidas, seu pai o deus Marte e mãe Vestal, uma mulher que deveria ser imaculada e uma ama-de-leite animal dando-lhes a força dos animais, dos céus e da terra.

Na verdade, para os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica : gregos, etruscos e italiotas.
Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por nobres proprietários de terras e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.

A história tinha o objetivo fundamental de associar a fundação de Roma com uma divindade, no caso Marte, deus da guerra e protetor das legiões romanas. Parece provável, entretanto, que nela se encontrem representados miticamente fatos reais sobre a fundação da cidade, como as lutas entre povos rivais. Relatos semelhantes são freqüentes na mitologia grega e constituíram o modelo da lenda de Rômulo e Remo.

Tito Lívio um dos grandes historiadores romanos, de origem humilde que teve base retórica e filosófica como educação, cresceu em meio a guerras civis e por esta razão não pode estudar na Grácia como era o cerco para romanos cultos. Estabeleceu-se em Roma (30 anos A.C.) junto do imperador. Foi preceptor do jovem Cláudio, mas se manteve isolado da política e por esta razão, manteve independência e pôde expressar suas idéias. Sua história de Roma foi escrita em 142 livros dos quais apenas 35 estão conservadas até os dias de hoje. Tornou-se um clássico ainda em vida do autor e teve impressionante influência do autor na historiografia reproduzida até o século XVIII. Seu principal mérito foi enfocar a histórica com princípios morais e aumentar a qualidade da prosa latina. Morreu em Pádua, já na era Cristã (17 D.C.)