quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MERCANTILISMO_MLKING


O Mercantilismo é entendido como um conjunto de práticas, adotadas pelo Estado absolutista na época moderna, com o objetivo de obter e preservar riqueza. A concepeção predominante parte da premissa de que “a riqueza da nação é determinada pela quantidade de ouro e prata que ela possuí. Ao mesmo tempos, os governantes consideravam que a riqueza que existia no mundo era fixa, não poderia ser aumentada, portanto, para um país enriquecer outro deveria empobrecer. Essa concepção foi responsável pelo acirramento das disputas entre as nações. As nações européias adotaram uma política intervencionista, ou seja, as regras da economia eram ditadas pelo Estado, fato aparentemente lógico na época, pois o Estado era absolutista e portanto exercia forte controle sobre a economia. O Estado passou proibir a saída de ouro e prata, como forma de manter a riqueza no país.
A Espanha acumulou grande quantidade de riqueza a partir da exploração de seus territórios coloniais na América. Para o país, o colonialismo foi a base de acumulação de riqueza metalista. Os demais países europeus, que não obtinham metais através da exploração direta, desenvolveram uma política com o objetivo de obter uma “balança comercial favorável”, procurando aumentar suas exportações e restringir as importações. Dessa forma os ganhos seriam maiores que os gastos e a diferença seria acumulada pelo tesouro do país. Os metais preciosos permitiriam ao governo comprar armas, contratar soldados, construir navios, pagar funcionários e custear as guerras. O caso espanhol demonstrou, entretanto, o quanto era enganosa a política metalista. A Espanha era, no século XV o país mais rico da Europa em conseqüência do ouro e da prata oriundos de suas colônias da América. O atraso do comércio das manufaturas e da agricultura espanholas, entretanto, obrigavam a Espanha a importar de outros países europeus a quase totalidade das mercadorias necessárias ao seu consumo. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, os metais preciosos que chegavam à Espanha eram, em seguida, desviados para o resto da Europa. A Espanha tornou-se, assim, a ‘garganta por onde passava o ouro para o estômago de outros países ma s desenvolvidos do ponto de vista comercia e industrial, como a França, a Inglaterra e a Holanda’. A partir desse exemplo, a balança comercial favorável transformou-se no segundo principio male Importante do mercantilismo europeu. Como os metais preciosos constituíam o principal meio de pagamento nas relações econômicas Internacionais, o Incremento do comércio exterior tornou-se a forma por excelência de acumulação de ouro e prata - cada país procurava exportar o máximo e Importar o mínimo para obter uma balança de comércio favorável. Essa política de Incremento unilateral do comércio exterior acabou gerando um nacionalismo econômico exacerbado, que se tornou uma das principais causas das guerras permanentes entre as grandes potências européias nos Tempos Modernos.

A política econômica mercantilista estava voltada para três objetivos principais: o desenvolvimento da indústria, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Para incentivar o desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado. A meta era a obtenção da auto-suficiência econômica e a produção de excedentes exportáveis. O crescimento do comércio era Incentivado através da criação de grandes companhias comerciais, como a Companhia das Índias Ocidentais e a Companhia das índias Orientais e da organização de vastos Impérios coloniais. O comércio entre metrópole e colônia era regulado pelo pacto colonial, baseado num sistema de monopólio comerciei também chamado de exclusivo metropolitano. A metrópole adquiria da colônia produtos tropicais e exportava para esta artigos manufaturados, obtendo, naturalmente, sempre uma balança de comércio favorável. A expansão do poderio naval era essencial para garantir as comunicações marítimas entre as metrópoles européias e seus Impérios coloniais assim como para a redução do comércio em escala mundial. No século XV, Portugal exerceu a supremacia naval; no século XVI. esta passou à Espanha; no século seguinte, à Holanda; e. finalmente. no século XVIII a Inglaterra tornou-se a “rainha dos mares
A Expansão Marítima
A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.

FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO - Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação; - O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica; - Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais; - A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV; - Expandir a fé; OBJETIVOS DA EXPANSÃO - Metais; - Mercados; - Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) - Terras; - Fiéis; PIONEIRISMO PORTUGUÊS - Precoce centralização Política; - Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) * - Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa; - Capital (financiamento de Flandres); - Posição Geográfica Favorável;

Bússola
Astrolábio
Quadrante
ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.

EXPANSÃO ESPANHOLA
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. (Foto)
As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações européias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto.
EXPANSÃO NO SÉCULO XVI - Após a crise do século XVI, a economia européia sofreu transformações essenciais, na medida em que as riquezas exteriores, adquiridas na expansão marítima, não só ampliou o grande comércio, como também elevou o nível científico. Foram intensificados os estudos para desenvolver a bússola, novos modelos de embarcações (caravelas, nau), o astrolábio, portulanos (livrinho que continha a observação detalhada de uma região, feita por um piloto que estivera lá antes) e cartas de navegação. Esses novos conhecimentos, aliados a nova visão do mundo e do homem, preconizada pelo Renascimento, ampliaram os horizontes europeus, facilitando o pleno desenvolvimento da expansão ultramarina. Essa expansão foi a responsável pelo surgimento de um mercado mundial, baseado no capital gerado pelas atividades comerciais, que afetou todo o sistema produtivo e favoreceu a consolidação do Estado Nacional. No século XVI, as nações pioneiras (Portugal e Espanha) prosseguiram suas viagens conquistando territórios na América, África e Ásia. Inglaterra e França procuravam romper tal domínio na tentativa de conseguir mercados e áreas de exploração.
Embarcações: A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um espaço que servia para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do escrivão se localizava na popa do navio, porém a grande novidade deste navio foi a utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários, as caravelas não possuíam os mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre vinte e cinco a trinta homens e as maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era formada por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a competência de organizar a vida a bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de registrar por escrito o rol da carga.
O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa do navio com os seguintes instrumentos, uma bússola, um astrolábio e um quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo com as instruções do piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro que vigiava o relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham que fazer todos os tipos de serviços, desde içar, manobrar e recolher as velas, esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os grumetes eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens. A construção das caravelas era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde trabalhavam os mestres de carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de desenhos técnicos.
MERCANTILISMO - Conjunto de medidas econômicas adotadas pelos Estados Nacionais modernos no período de Transição (Feudalismo p/ Capitalismo), tendo os Reis e o Estado, o poder de intervir ma economia. Esse sistema buscava atender os setores feudais visando conseguir riquezas para a sua manutenção. O mercantilismo não é um modo de produção, mas sim um conjunto de práticas de produção. Não existe uma sociedade Mercantilista. Tais medidas variavam de Estado para Estado, logo, não existiu apenas um mercantilismo. Não se pode generalizá-lo.

PRINCÍPIOS: (Variavam de Estado para Estado)
- Metalismo ou Bullionismo; - Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos -> visando garantir o acúmulo de ouro e prata); - Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros); - Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra); - Manufaturas; - Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas cidades); - Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo); - Intervenção do Estado na Economia; POLÍTICA DOS ESTADOS -Espanha – Bullionismo (metais) -Holanda – Comercialismo -França – Colbertismo (Manufaturas de luxo) -Inglaterra – Comercialismo COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: As colônias de exploração atendiam as necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia complementar e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra.
A FORÇA DAS ARMAS NA POLÍTICA DE MAQUIAVEL Mariano de Azevedo Júnior* A história humana, como afirma um dos fundadores da Nova História, – Marc Bloch, é o estudo do Homem em uma análise do seu tempo. Mas a fonte de todas as calamidades da humanidade invoca uma História belicosa, uma História de guerras, conquistas, derrotas e vitórias. Por essa razão, vale recuperar uma pergunta central no “Príncipe” de Maquiavel: como medir as forças de todos os Estados? Questão válida para refletir o valor de um exército nacional na proteção dos governos modernos. É no cenário renascentista italiano (Florença do século XVI) que Nicolau Maquiavel escreve a sua obra-prima “O Príncipe”, onde realiza uma análise política consistente sobre como deve agir um soberano com prudência ou valor próprio (virtu) para manter um governo já existente ou conquistar um novo. Para esse pensador florentino, duas coisas são os sustentáculos que garante estabilidade e segurança a um governo soberano: boas leis e boas armas. A concepção é de que é impossível existir boas leis se antes destas não existirem as boas armas. É nesta perspectiva que iremos maturar as considerações de Maquiavel acerca das forças armadas, do exército permanente nascido no período absolutista da História. Nenhum soberano permaneceu no poder por muito tempo sem o auxílio das armas. Encontraremos exemplos de príncipes que chegaram ao poder pelo que Maquiavel chamaria de “sorte”, de oportunidade, mas faltando-lhes a “astúcia afortunada” ou o valor próprio, estes não se manteriam no trono com facilidade pois não seriam dignos dele pela ausência de valores que são inerentes ao príncipe. Na compreensão destes valores podemos entender a natureza militar que um soberano deve possuir para garantir o seu domínio, bem como conquistar novos horizontes. Não foi assim com Dario, Alexandre, Napoleão Bonaparte e tantos outros? Todavia, apesar da era absolutista necessitar por questões de sobrevivência em um momento de descoberta de novas fronteiras, de um “Novo Mundo”, do caráter belicoso para não definhar diante dos ousados e fortes inimigos, é necessário que analisemos com quais tipos de forças armadas um líder de Estado deve contar. A preocupação de Maquiavel sobre a formação das tropas militares daquela época partiu de uma ótica centrada na Itália que possuía uma prática militar de recrutamento mercenário. No entanto, não devemos passar por essa questão sem antes notarmos que o século XVI estaria vivendo uma ascensão urbana, uma espécie de “evolução” daquelas cidades que se reorganizavam de uma Idade Média que transitava do rural para o urbano, onde a “contratação” de trabalhadores livres se fazia necessária (tanto para o trabalhador como para o ‘empregador’). É neste sentido que podemos enxergar esse recrutamento assalariado de soldados mercenários em muitas partes da Europa ocidental, inclusive na Itália, grande pólo de cidades comerciais daquela época; basta notarmos que o salário seria algo essencial e vital demais para um mundo que iniciara o processo de compra e venda de mão-de-obra (tratando-se em termos monetários), e uma destas profissionalizações (talvez a mais importante) se deu na figura do soldado. Assim como os analistas políticos de hoje encontram problemas e tentam solucionar, teoricamente, as enfermidades sociais, Maquiavel (o primeiro a realizar esta tarefa) enxerga em sua época algo que surgiu com os novos rumos que a sociedade tomava quanto a constituição de forças armadas: a constituição de tropas mercenárias. O soberano de valor próprio, o príncipe prudente deve sempre evitar constituir tropas com soldados que não sejam os seus, com forças que não sejam genuinamente suas. Formar um exército mercenário significa colocar em risco a integridade do governo e a força da nação, pois o “salário modesto” oferecido não seria o suficiente para que neste tipo de soldado florescesse o sentimento patriota, o desejo de vitória acima de qualquer outro princípio. Em suma, o mercenário não morreria pelo soberano, pelo Estado. Além do que, o risco que o príncipe corria de aprisionar o seu domínio a um outro era grandioso, pois se “um exército mercenário perde, será apenas uma derrota; se este vence, a vitória aprisionará o soberano que utilizou destas forças” porque não mais conseguirá sair da dependência de homens que não são seus, tornando os seus legítimos covardes e inseguros que irão lutar apenas com a ajuda de outros. Portanto, as tropas mercenárias são exércitos erguidos de forma errada para Maquiavel, algo que pode levar o Estado soberano às ruínas do fracasso. Na solução do problema levantado, Maquiavel afirma que a prudência levará o príncipe a constituir sempre exércitos nacionais, e a contar com as suas próprias forças justamente pelo risco de fracassar com as insuficientes tropas mercenárias que, podiam ter habilidade de guerrear (ou não) mas não teriam o desejo de vitória acima de qualquer preço, de qualquer “soldo”. Para manter a estabilidade do seu reino, o soberano deveria ter a percepção aguçada (acima dos homens comuns) de desviar-se desta enfermidade que poderia arruiná-lo e ao seu povo. Um exército nacional próprio necessitava, para Maquiavel, não somente de leis militares, como também de um “habitus” novo, ou seja, um código de honra, um sentimento de nacionalidade, uma total fidelidade ao Estado. A análise de Maquiavel sobre o papel dos exércitos, suas motivações para a guerra em defesa de um Estado, o uso privado das armas (institucionalizadas ou não), serve-nos, além de tudo, para entender a belicosa natureza humana, confirmando a necessidade do controle sobre os impulsos racionais ou emocionais dos homens, especialmente, quando eles não mais têm o sentimento de honra, respeito e amor pela sua pátria.

MARCO ANTONIO ou OTAVIANO - IMPÉRIO ROMANO

Em 31 a.C., os generais Marco Antonio e Otaviano ao se enfrentarem determinaram o fim de 3 mil anos de reinado dos faraós e, por conseguinte o fim da republica e inicio do Império Romano. Alexandria calou-se em silêncio tumular. Depois, foi possível ouvir da ilha de Faros – onde brilhava o famoso Farol – aos corredores da Biblioteca boatos de que o deus Dionísio abandonara os governantes da cidade. Cleópatra e Marco Antônio banquetearam com fartura pela última vez. Mas o fim deles estava próximo. Foi assim, melancolicamente, que os contemporâneos do casal descreveram o trágico desfecho da Batalha de Ácio, em 31 a.C., e a espera pela inevitável invasão romana ao Egito.
Naquela época, o poderio de Roma estendia-se por quase todo o Mediterrâneo. O Egito não pontificava mais como a potência de outrora, embora ainda fosse a nação mais rica da região. Era governada por Cleópatra, filha do faraó Ptolomeu XII. Até então, o que mantivera o Egito livre da dominação romana foi a diplomacia. Entretanto, no conturbado reinado do pai de Cleópatra, a tática da neutralidade gradualmente foi perdendo a eficácia e acabou substituída pelo suborno. Expulso do Egito em 58 a.C., após uma revolta na capital, o faraó só retornou ao poder três anos depois, protegido por legiões de Júlio César. Abrir os cofres para o general romano pareceu uma boa idéia, mas deixou o protetorado à beira da falência. A dívida era tão grande que o banqueiro Rabírio veio de Roma e assumiu o cargo de ministro das Finanças em Alexandria para garantir o pagamento. “Foi durante o reinado do pai de Cleópatra que o Egito perdeu, de uma vez por todas, a soberania”, diz a egiptóloga brasileira Márcia Severina Vasques, especializada no período.

Em 34 a.C., o Senado romano indignou-se ao descobrir que, por meio das “Doações de Alexandria”, o general Marco Antônio, governador da porção oriental dos domínios de Roma, entregara de bandeja a Cleópatra, então sua consorte, e aos dois filhos que teve com ela, o correspondente a um terço do território romano. O “presente” incluía a Líbia, a Fenícia, a Armênia, a ilha de Chipre e até territórios ainda não conquistados por Roma. E não ficou só nisso. Em evento na capital do Egito, Marco Antônio declarou publicamente que Ptolomeu Cesário, filho primogênito de Cleópatra com Júlio César (assassinado em 44 a.C. por um grupo de senadores), era o herdeiro legítimo do finado general. E mais: Marco Antônio divorciou-se da esposa oficial, Otávia, e uniu-se à rainha do Nilo segundo as tradições orientais, beneficiando-a em seu testamento.

Ultrajado, o general Otaviano – irmão de Otávia, sobrinho de Júlio César e comandante da Roma Ocidental – respondeu à provocação com uma agressiva campanha. No Senado, explorou o fato de terras conquistadas pelos romanos terem sido entregues a uma mulher, o que era uma “afronta imperdoável”. Segundo o historiador Dio Cássio (155-229 d.C.), os senadores, temerosos de que Marco Antônio, se vencesse a disputa, transferiria o poder para Alexandria, destituíram-no de suas atribuições. Naquele momento, cunhou-se a imagem depreciativa da soberana egípcia. “Essa visão distorcida do Oriente, terra de luxúria e lascívia, proporcionou uma visão de Cleópatra como a rainha feiticeira, ambiciosa e sedutora, uma visão negativa para a cultura tradicional romana, que se pautava pela sobriedade e moralismo de caráter”, diz Márcia.
A guerra civil era inevitável e dela só poderia sair um vencedor. Assim, ambos os lados, que dispunham de fortes alianças em diversos estados, mobilizaram recursos que tornariam aquele o maior conflito bélico até então registrado. Otaviano contava com o apoio da Gália, da Espanha, da Sardenha, do norte da África e das ilhas no oeste do Mediterrâneo, entre outros aliados. Todo esse apoio traduzia-se em pelo menos 400 navios de guerra e cerca de 80 mil homens. Por sua vez, Marco Antônio tinha as forças do Egito, da Ásia continental, da Grécia, da Macedônia, de partes da Trácia, de Cirenaica, de todas as ilhas ao leste e da maior parte dos reinos e protetorados que faziam fronteira com a porção oriental de Roma. Eram 500 navios de batalha, 70 mil soldados de infantaria e 12 mil cavaleiros.

Os dois exércitos encontraram-se na costa oeste de Épiro, ao norte da Grécia. Em seguida, montaram acampamento em Ácio, onde permaneceram durante quase quatro meses. O primeiro sinal de ataque só aconteceu quando Agripa, general de Otaviano com larga experiência em conflitos navais, capturou as ilhas próximas. Segundo relatos do historiador Plutarco (46-127 d.C.), esse controle interrompeu o fluxo de provisões e deixou o exército de Marco Antônio isolado. Para agravar a situação, ocorreu uma epidemia de malária e baixas por causa do calor escaldante. Mas o pior ainda estava por vir: tornaram-se freqüentes as deserções para o lado de Otaviano. Primeiro, foram Titius e Planco, dois dos melhores generais de Marco Antônio, que protestavam contra a influência de Cleópatra no planejamento da campanha. Depois, foi a vez de Ahenobarbus, dos reis Amyntas e Deiotarus, e dos soberanos da Trácia e Paphlagonia. Por fim, Délio, um oficial da coalizão, passou a apoiar Otaviano, levando com ele os planos de guerra do antigo comandante.
Rejeitando um apelo de seu general Canídio, que comandava as forças em terra, Marco Antônio insistiu que a guerra fosse resolvida por mar. Em 2 de setembro de 31 a.C., sua esquadra moveu-se em direção à de Otaviano. Marco Antônio postou-se na asa direita, com seu co-comandante Publicola. Manteve o associado Coelius à esquerda, e Marco Otávio e Marco Insteius no centro. Do lado oposto, estava o adversário Agripa, que dobrou a linha para que ele não conseguisse atacá-lo de flanco. A estratégia de Marco Antônio era tirar proveito da maior tonelagem de seus navios, carregá-los e bombardear o inimigo. Mas os barcos de Agripa eram mais leves e ágeis e conseguiram se safar. Após uma manobra de Agripa, Publicola moveu-se em perseguição, deixando o fronte central – lento e menos treinado – disperso e confuso, incapaz de manter a formação original. Agripa aproveitou a chance e, em vez de abalroar os inimigos, colocou suas embarcações ao lado das de Marco Antônio, para invadi-las pelos lados. A luta, a partir daí, deu-se homem a homem, enquanto arqueiros e atiradores disparavam de longe. Otaviano, que observava a ação a distância, enviou incendiários.
Embora a batalha naval não estivesse decidida, para a surpresa de todos, a nau capitânea de Cleópatra subitamente içou as velas, aproveitou-se da confusão para romper o bloqueio e retirou-se do conflito, partindo com cerca de 60 navios em direção ao Egito. Segundo relatos da época, Marco Antônio, perplexo, tomou um barco menor e foi atrás da rainha, para o desespero de seus soldados, que ficaram abandonados à própria sorte, sem saber o que fazer em plena batalha.
As razões para a decisão de Cleópatra de levantar as velas – e a subseqüente reação de Marco Antônio – ainda hoje dividem os historiadores. Alguns dizem que a rainha fugiu precipitadamente. “Como mulher e como egípcia, ela se torturava com a agonia do longo suspense”, afirma Dio. Mas estudos recentes sugerem que o gesto fora previamente calculado. Ao chegar a Ácio, a frota real trazia consigo suas velas, algo incomum em guerras da Antigüidade. A saída estratégica já devia estar programada. Pesquisadores modernos afirmam que a intenção de Cleópatra era que toda a frota a seguisse, o que não teria acontecido por razões climáticas.

A Batalha de Ácio terminou em desastre para Marco Antônio. As baixas chegaram a 5 mil soldados e quase 300 navios foram capturados. Ao aportar em Alexandria, Marco Antônio caiu em depressão. Cleópatra, que ainda não considerava a guerra perdida, reuniu as embarcações remanescentes e providenciou que fossem transportadas por terra até o Mar Vermelho. Sua idéia era escapar para a Índia e, com o tesouro egípcio, fundar um novo reino. Entretanto, no meio do caminho, tribos do deserto, antes subjugadas pelos Ptolomeus, queimaram a frota, e a rainha teve de desistir do plano.
Não havia escapatória. Ao saber que Otaviano rumava para capturá-la em Alexandria, Cleópatra despachou o filho Cesário para a cidade de Coptos, com ordens para que o tutor do menino o retirasse do país em segurança. Sua cavalaria, unida a legiões de Marco Antônio, a princípio conseguiu conter o avanço das forças inimigas. Mas o general, acreditando nos boatos de que a parceira estava morta, decidiu se suicidar. Foi nesse momento que Cleópatra finalmente percebeu que tudo estava perdido. Para não se submeter à humilhação de ser levada acorrentada para Roma, ela também preferiu a morte, deixando-se picar por uma serpente venenosa – um dos suicídios mais célebres de todos os tempos.
A Batalha de Ácio teve importante significado para a História. Foi o conflito que encerrou o período de 3 mil anos de reinado dos faraós no Egito, que depois disso se transformou em província romana. Ali acabou a independência do país que fora unificado por Menés em 3100 a.C. – liberdade que só seria reconquistada pelo presidente Gamal Abdel Nasser, em 1952 da nossa era. Em Ácio, também morreu a própria República romana. Após o grande triunfo, Otaviano ampliou seus poderes. Mudou de nome para César Augusto e tornou-se o único senhor de Roma e seu primeiro imperador. Em sua homenagem, o sexto mês do calendário romano, antes denominado sextilis, foi rebatizado de augustus – agosto, no calendário gregoriano.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

KARL MAX - 1818-1883


LUTAS DE CLASSES - SOCIOLOGIA
Economista filosofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia, e formou-se em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza. Em 1843, mudou-se para Paris, Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, ficam amigos pelo resto de suas vidas. No ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas onde passa a participar de organizações clandestinas de operarios e exiladas. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de Fevereiro de 1848, Marx e Engels, publicaram o Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionaria que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, e assumiu a chefia do Novo Jornal Renano, primeiro jornal diário socialista.

Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados. neste contexto, Karl Max foi expulso, para Londres, onde fixou residência e dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo frequentador assiduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre politica exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.

Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal.
O Capital. Dentro da Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin. contudo, em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em contrapartida, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875do Partido Social-Democratico alemão, que foi, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir as vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.

De acordo com Karl Marx, a luta de classes seria a força motriz por trás das grandes revoluções na história. Ela teria começado com a criação da propriedade
privada dos meios de produção. A partir daí, a sociedade passou a ser dividida entre proprietários (burguesia) e trabalhadores (proletariado),ou seja, possuidores dos meios de produção e possuidores unicamente de sua força de trabalho. Na sociedade capitalista a burguesia se apodera da mercadoria produzida pela classe do proletariado, e ao produtor dessa mercadoria sobra apenas um salário que é pago de acordo apenas com o valor necessário para a sobrevivência desse. Os trabalhadores são forçados a vender seu trabalho por uma fração mísera do real valor da mercadoria que produzem, enquanto os proprietários se apoderam do restante.

Porém, outra característica importante do capitalismo é o conceito criado por Karl Marx da mais-valia. A mais-valia consiste basicamente dessa porcentagem a mais que os capitalistas retiram da classe do proletariado. Essa porcentagem pode ser atingida, por exemplo, aumentando o tempo de trabalho dos operários e mantendo o salário. A luta de classes, segundo Karl Marx, só acabará com a implantação do regime comunista, onde esse conflito não terá como existir pois não existirão mais classes sociais. Até os tempos atuais o comunismo ainda não foi posto em prática em nenhuma região do mundo, apesar do socialismo, que seria como uma fase de transição do capitalismo para o comunismo, já ter reinado em diversos países. A proposta mais radical é abolição do Estado e sua reorganização descentralizada em moldes federativos anarquistas.

Apesar de toda a história da humanidade, segundo Karl Marx, ter sido a história da luta de classes, a sociedade original não possuía divisões sociais. Isso se deveria ao fato de que, nesse estágio das forças produtivas sociais, não havia praticamente excedente. Todos os membros da sociedade eram por isso obrigados a participar do processo produtivo, de modo que era impossível a formação de uma hierarquia que diferenciasse as pessoas dessa sociedade. Uma das primeiras formas de hierarquização dos membros foi a divisão homem/mulher, quando os homens começaram a explorar as mulheres. A luta de classes origina-se, no entanto, no momento em que a sociedade passa a ser composta de diferentes camadas.

Essa divisão dos membros em classes foi possibilitada quando as forças produtivas atingiram um certo nível de produtividade, onde o excedente já promovia maior segurança à sociedade em relação às suas necessidades. Mas, apesar de garantir uma proteção em tempos escassos, por exemplo, o excedente abriu a possibilidade do jogo político. O controle sobre o excedente se desenvolve em conjunto com a formação de uma minoria que ganha assim poder sobre todos outros membros da sociedade. Dessa maneira origina-se uma diferenciação quanto à tarefa social de cada membro. Entre as diversas classes que podem se formar, estão sempre presente as classes dos senhores não-trabalhadores e a classe trabalhadora.

Neste Contexto, o desenvolvimento das forças produtivas, a devida classe dominante que se constitui diferente históriograficamente é posta em questão. As classes de baixo reconhecem que a regência da classe exploradora torna-se desnecessária para a continuação do desenvolvimento técnico, enquanto esta tenta, por meios oficiais, manter seu poder. Nessas épocas de desacordo entre as relações sociais de produção vigentes e o patamar técnico dos meios de produção, a probabilidade de uma revolução tende a ser maior. A antiga classe exploradora é, assim, deposta, e uma nova entra em seu lugar. Dessa maneira, a história da sociedade humana é a história de classes dominantes, uma após a outra. O Capitalismo privilegia uma sociedade dividida em classes, e simplifica a luta de classes ao separar toda a sociedade em apenas duas classes; a dominadora e a dominada.

domingo, 11 de outubro de 2009

CHAPLIN - 1896-1977


PRÓXIMA_AULA_FILME_CHAPLIN

Sr. Charles Spencer Chaplin Jr.
Nsceu em Londres, dos pais Sr. Charles e Hannah Harriette Hill, ambos artistas de music-hall. Seus pais separaram-se logo após seu nascimento, deixando-o aos cuidados de sua mãe cada vez mais instável emocionalmente. Em 1896, ela ficou desempregada e não conseguia encontrar outro emprego; Charlie e seu meio-irmão mais velho Sydney tinham de ser deixados em uma casa de trabalho em Lambeth, mudando-se após várias semanas para a Escola Hanwell para Crianças Órfãs e Destituídas. Seu pai faleceu com problemas de vício em bebida quando Charlie estava com 12 anos de idade, e sua mãe ficou com sérios problemas mentais e mais tarde foi admitida no Asilo Cane Hill próximo a Croydon. Ela faleceu em 1928.
subiu ao palco pela primeira vez aos 5 anos, em 1894, quando representou no music hall diante de sua mãe, que lhe ensinou a cantar e a representar. Ainda criança ele esteve de cama por duas semanas devido a uma séria doença quando, à noite, sua mãe sentava-se na janela e representava o que acontecia fora de casa. Em 1900, com 11 anos, ele conseguiu com a ajuda do irmão o papel cômico do gato em uma pantomima (na Roma antiga, representação dramática com um dançarino solista e um coro narrativo), Cinderela no "London Hippodrome". Em 1903 ele participou de "Jim, a romance of cockyne", após o que assumiu seu primeiro trabalho regular, como o entregador de jornal Billy em Sherlock Holmes, um papel que representou até 1906.
Em 1919, fundou o estúdio United Artists com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Apesar de filmes falados terem se popularizado em 1927, Chaplin resistiu a usá-los até o final da 1930. Tempos Modernos foi sonorizado, embora praticamente não tenha personagens com falas, apenas Charles, que, em uma de suas cenas finais canta num restaurante, mas uma canção totalmente em mímica, onde os versos não significa nada pois a personagem havia esquecido sua letra, incapaz de decorá-la.
O Grande Ditador (The Great Dictator, 1940) foi o seu primeiro filme com falas. Foi, também, uma afronta a Adolf Hitler e ao fascismo que reinava na época. Foi filmado e lançado nos Estados Unidos um ano antes da entrada do país na Guerra. O papel de Chaplin era duplo: o de Adenoid Hynkel, clara alusão ao nome de Hitler, e de um barbeiro judeu. Hitler era um grande fã de filmes, e sabe-se que ele tenha visto o filme duas vezes (segundo registros de seu cinema particular). Após o descobrimento do Holocausto, Charlie informou que não conseguiria brincar com o regime nazista como brincou no filme se soubesse da extensão do problema.

O posicionamento político de Chaplin sempre foi esquerdista, quando não, da extrema-esquerda. Vários de seus filmes seguiram essa tendência, principalmente Tempos Modernos (Modern Times, 1936), uma crítica à situação da classe operária e dos pobres em geral. É notória a implantação de conceitos marxistas no filme. Por seu posicionamento político, foi incluído na lista Negra de Hollywood.
Chaplin, ao dizer que iria viajar para a Inglaterra junto com sua cônjuge Oona O'Neill, esta que nunca tinha viajado para o exterior, em 1952, foi ameaçado de confisco de seus bens pelo governo americano. Sua atitude foi surpreendente: disse que poderiam vender tudo. Quando resolveu retornar aos EUA foi proibido pelo Serviço de Imigração, com a cassação de seu visto, devido a acusações de "atividades anti-americanas", na época do macarthismo, num processo encabeçado por J. Edgar Hoover. Charlie decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar na Suíça. Por seu talento e alta inventividade além do domínio de todas as fases de confecção de filmes, Charlie Chaplin é reconhecido como um dos gênios e a face da sua época.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SEMANA DE ARTE MODERNA

Também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, de 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal.O presidente do Estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente atráves de Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
Durante os sete dias de exposição, foram expostos quadros e apresentadas poesias, músicas e palestras sobre a modernidade.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos entre outros.

REVOLTA DA CHIBATADA_TURMA

REVOLTA DA CHIBATA

foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.
Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.
Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:
"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo." .