quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MERCANTILISMO_MLKING


O Mercantilismo é entendido como um conjunto de práticas, adotadas pelo Estado absolutista na época moderna, com o objetivo de obter e preservar riqueza. A concepeção predominante parte da premissa de que “a riqueza da nação é determinada pela quantidade de ouro e prata que ela possuí. Ao mesmo tempos, os governantes consideravam que a riqueza que existia no mundo era fixa, não poderia ser aumentada, portanto, para um país enriquecer outro deveria empobrecer. Essa concepção foi responsável pelo acirramento das disputas entre as nações. As nações européias adotaram uma política intervencionista, ou seja, as regras da economia eram ditadas pelo Estado, fato aparentemente lógico na época, pois o Estado era absolutista e portanto exercia forte controle sobre a economia. O Estado passou proibir a saída de ouro e prata, como forma de manter a riqueza no país.
A Espanha acumulou grande quantidade de riqueza a partir da exploração de seus territórios coloniais na América. Para o país, o colonialismo foi a base de acumulação de riqueza metalista. Os demais países europeus, que não obtinham metais através da exploração direta, desenvolveram uma política com o objetivo de obter uma “balança comercial favorável”, procurando aumentar suas exportações e restringir as importações. Dessa forma os ganhos seriam maiores que os gastos e a diferença seria acumulada pelo tesouro do país. Os metais preciosos permitiriam ao governo comprar armas, contratar soldados, construir navios, pagar funcionários e custear as guerras. O caso espanhol demonstrou, entretanto, o quanto era enganosa a política metalista. A Espanha era, no século XV o país mais rico da Europa em conseqüência do ouro e da prata oriundos de suas colônias da América. O atraso do comércio das manufaturas e da agricultura espanholas, entretanto, obrigavam a Espanha a importar de outros países europeus a quase totalidade das mercadorias necessárias ao seu consumo. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, os metais preciosos que chegavam à Espanha eram, em seguida, desviados para o resto da Europa. A Espanha tornou-se, assim, a ‘garganta por onde passava o ouro para o estômago de outros países ma s desenvolvidos do ponto de vista comercia e industrial, como a França, a Inglaterra e a Holanda’. A partir desse exemplo, a balança comercial favorável transformou-se no segundo principio male Importante do mercantilismo europeu. Como os metais preciosos constituíam o principal meio de pagamento nas relações econômicas Internacionais, o Incremento do comércio exterior tornou-se a forma por excelência de acumulação de ouro e prata - cada país procurava exportar o máximo e Importar o mínimo para obter uma balança de comércio favorável. Essa política de Incremento unilateral do comércio exterior acabou gerando um nacionalismo econômico exacerbado, que se tornou uma das principais causas das guerras permanentes entre as grandes potências européias nos Tempos Modernos.

A política econômica mercantilista estava voltada para três objetivos principais: o desenvolvimento da indústria, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Para incentivar o desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado. A meta era a obtenção da auto-suficiência econômica e a produção de excedentes exportáveis. O crescimento do comércio era Incentivado através da criação de grandes companhias comerciais, como a Companhia das Índias Ocidentais e a Companhia das índias Orientais e da organização de vastos Impérios coloniais. O comércio entre metrópole e colônia era regulado pelo pacto colonial, baseado num sistema de monopólio comerciei também chamado de exclusivo metropolitano. A metrópole adquiria da colônia produtos tropicais e exportava para esta artigos manufaturados, obtendo, naturalmente, sempre uma balança de comércio favorável. A expansão do poderio naval era essencial para garantir as comunicações marítimas entre as metrópoles européias e seus Impérios coloniais assim como para a redução do comércio em escala mundial. No século XV, Portugal exerceu a supremacia naval; no século XVI. esta passou à Espanha; no século seguinte, à Holanda; e. finalmente. no século XVIII a Inglaterra tornou-se a “rainha dos mares
A Expansão Marítima
A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.

FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO - Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação; - O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica; - Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais; - A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV; - Expandir a fé; OBJETIVOS DA EXPANSÃO - Metais; - Mercados; - Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) - Terras; - Fiéis; PIONEIRISMO PORTUGUÊS - Precoce centralização Política; - Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) * - Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa; - Capital (financiamento de Flandres); - Posição Geográfica Favorável;

Bússola
Astrolábio
Quadrante
ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.

EXPANSÃO ESPANHOLA
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. (Foto)
As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações européias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto.
EXPANSÃO NO SÉCULO XVI - Após a crise do século XVI, a economia européia sofreu transformações essenciais, na medida em que as riquezas exteriores, adquiridas na expansão marítima, não só ampliou o grande comércio, como também elevou o nível científico. Foram intensificados os estudos para desenvolver a bússola, novos modelos de embarcações (caravelas, nau), o astrolábio, portulanos (livrinho que continha a observação detalhada de uma região, feita por um piloto que estivera lá antes) e cartas de navegação. Esses novos conhecimentos, aliados a nova visão do mundo e do homem, preconizada pelo Renascimento, ampliaram os horizontes europeus, facilitando o pleno desenvolvimento da expansão ultramarina. Essa expansão foi a responsável pelo surgimento de um mercado mundial, baseado no capital gerado pelas atividades comerciais, que afetou todo o sistema produtivo e favoreceu a consolidação do Estado Nacional. No século XVI, as nações pioneiras (Portugal e Espanha) prosseguiram suas viagens conquistando territórios na América, África e Ásia. Inglaterra e França procuravam romper tal domínio na tentativa de conseguir mercados e áreas de exploração.
Embarcações: A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um espaço que servia para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do escrivão se localizava na popa do navio, porém a grande novidade deste navio foi a utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários, as caravelas não possuíam os mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre vinte e cinco a trinta homens e as maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era formada por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a competência de organizar a vida a bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de registrar por escrito o rol da carga.
O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa do navio com os seguintes instrumentos, uma bússola, um astrolábio e um quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo com as instruções do piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro que vigiava o relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham que fazer todos os tipos de serviços, desde içar, manobrar e recolher as velas, esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os grumetes eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens. A construção das caravelas era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde trabalhavam os mestres de carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de desenhos técnicos.
MERCANTILISMO - Conjunto de medidas econômicas adotadas pelos Estados Nacionais modernos no período de Transição (Feudalismo p/ Capitalismo), tendo os Reis e o Estado, o poder de intervir ma economia. Esse sistema buscava atender os setores feudais visando conseguir riquezas para a sua manutenção. O mercantilismo não é um modo de produção, mas sim um conjunto de práticas de produção. Não existe uma sociedade Mercantilista. Tais medidas variavam de Estado para Estado, logo, não existiu apenas um mercantilismo. Não se pode generalizá-lo.

PRINCÍPIOS: (Variavam de Estado para Estado)
- Metalismo ou Bullionismo; - Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos -> visando garantir o acúmulo de ouro e prata); - Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros); - Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra); - Manufaturas; - Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas cidades); - Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo); - Intervenção do Estado na Economia; POLÍTICA DOS ESTADOS -Espanha – Bullionismo (metais) -Holanda – Comercialismo -França – Colbertismo (Manufaturas de luxo) -Inglaterra – Comercialismo COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: As colônias de exploração atendiam as necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia complementar e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra.
A FORÇA DAS ARMAS NA POLÍTICA DE MAQUIAVEL Mariano de Azevedo Júnior* A história humana, como afirma um dos fundadores da Nova História, – Marc Bloch, é o estudo do Homem em uma análise do seu tempo. Mas a fonte de todas as calamidades da humanidade invoca uma História belicosa, uma História de guerras, conquistas, derrotas e vitórias. Por essa razão, vale recuperar uma pergunta central no “Príncipe” de Maquiavel: como medir as forças de todos os Estados? Questão válida para refletir o valor de um exército nacional na proteção dos governos modernos. É no cenário renascentista italiano (Florença do século XVI) que Nicolau Maquiavel escreve a sua obra-prima “O Príncipe”, onde realiza uma análise política consistente sobre como deve agir um soberano com prudência ou valor próprio (virtu) para manter um governo já existente ou conquistar um novo. Para esse pensador florentino, duas coisas são os sustentáculos que garante estabilidade e segurança a um governo soberano: boas leis e boas armas. A concepção é de que é impossível existir boas leis se antes destas não existirem as boas armas. É nesta perspectiva que iremos maturar as considerações de Maquiavel acerca das forças armadas, do exército permanente nascido no período absolutista da História. Nenhum soberano permaneceu no poder por muito tempo sem o auxílio das armas. Encontraremos exemplos de príncipes que chegaram ao poder pelo que Maquiavel chamaria de “sorte”, de oportunidade, mas faltando-lhes a “astúcia afortunada” ou o valor próprio, estes não se manteriam no trono com facilidade pois não seriam dignos dele pela ausência de valores que são inerentes ao príncipe. Na compreensão destes valores podemos entender a natureza militar que um soberano deve possuir para garantir o seu domínio, bem como conquistar novos horizontes. Não foi assim com Dario, Alexandre, Napoleão Bonaparte e tantos outros? Todavia, apesar da era absolutista necessitar por questões de sobrevivência em um momento de descoberta de novas fronteiras, de um “Novo Mundo”, do caráter belicoso para não definhar diante dos ousados e fortes inimigos, é necessário que analisemos com quais tipos de forças armadas um líder de Estado deve contar. A preocupação de Maquiavel sobre a formação das tropas militares daquela época partiu de uma ótica centrada na Itália que possuía uma prática militar de recrutamento mercenário. No entanto, não devemos passar por essa questão sem antes notarmos que o século XVI estaria vivendo uma ascensão urbana, uma espécie de “evolução” daquelas cidades que se reorganizavam de uma Idade Média que transitava do rural para o urbano, onde a “contratação” de trabalhadores livres se fazia necessária (tanto para o trabalhador como para o ‘empregador’). É neste sentido que podemos enxergar esse recrutamento assalariado de soldados mercenários em muitas partes da Europa ocidental, inclusive na Itália, grande pólo de cidades comerciais daquela época; basta notarmos que o salário seria algo essencial e vital demais para um mundo que iniciara o processo de compra e venda de mão-de-obra (tratando-se em termos monetários), e uma destas profissionalizações (talvez a mais importante) se deu na figura do soldado. Assim como os analistas políticos de hoje encontram problemas e tentam solucionar, teoricamente, as enfermidades sociais, Maquiavel (o primeiro a realizar esta tarefa) enxerga em sua época algo que surgiu com os novos rumos que a sociedade tomava quanto a constituição de forças armadas: a constituição de tropas mercenárias. O soberano de valor próprio, o príncipe prudente deve sempre evitar constituir tropas com soldados que não sejam os seus, com forças que não sejam genuinamente suas. Formar um exército mercenário significa colocar em risco a integridade do governo e a força da nação, pois o “salário modesto” oferecido não seria o suficiente para que neste tipo de soldado florescesse o sentimento patriota, o desejo de vitória acima de qualquer outro princípio. Em suma, o mercenário não morreria pelo soberano, pelo Estado. Além do que, o risco que o príncipe corria de aprisionar o seu domínio a um outro era grandioso, pois se “um exército mercenário perde, será apenas uma derrota; se este vence, a vitória aprisionará o soberano que utilizou destas forças” porque não mais conseguirá sair da dependência de homens que não são seus, tornando os seus legítimos covardes e inseguros que irão lutar apenas com a ajuda de outros. Portanto, as tropas mercenárias são exércitos erguidos de forma errada para Maquiavel, algo que pode levar o Estado soberano às ruínas do fracasso. Na solução do problema levantado, Maquiavel afirma que a prudência levará o príncipe a constituir sempre exércitos nacionais, e a contar com as suas próprias forças justamente pelo risco de fracassar com as insuficientes tropas mercenárias que, podiam ter habilidade de guerrear (ou não) mas não teriam o desejo de vitória acima de qualquer preço, de qualquer “soldo”. Para manter a estabilidade do seu reino, o soberano deveria ter a percepção aguçada (acima dos homens comuns) de desviar-se desta enfermidade que poderia arruiná-lo e ao seu povo. Um exército nacional próprio necessitava, para Maquiavel, não somente de leis militares, como também de um “habitus” novo, ou seja, um código de honra, um sentimento de nacionalidade, uma total fidelidade ao Estado. A análise de Maquiavel sobre o papel dos exércitos, suas motivações para a guerra em defesa de um Estado, o uso privado das armas (institucionalizadas ou não), serve-nos, além de tudo, para entender a belicosa natureza humana, confirmando a necessidade do controle sobre os impulsos racionais ou emocionais dos homens, especialmente, quando eles não mais têm o sentimento de honra, respeito e amor pela sua pátria.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que bela foto, que praia é esta?
Abraços anonimos

Anônimo disse...

Feliz Aniversário